sexta-feira, 6 de maio de 2011

o cristo morto de Locatelli


sepultou o fantasma da esquizofrenia.
i'm alive.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

l

agora tento esquecer das noites em que sonhei o caminho.
todas essas coincidências me perseguem; algo acontece.
as pessoas esperam notícias de amanhã; sonhei que o dia nasceu morto.
a liberdade pesa sobre meus ombros; procuro as correntes que enterrei no oceano - perdi.

pensei que ainda se pudesse acreditar em gente como nós. abri a porta e você não existiu.
tranquei de volta o que quis te contar, the bleed, "a pool in the shape of a heart".
quero acordar desse pesadelo, quero que você me acorde dizendo que é mentira.
ela veio.

domingo, 1 de maio de 2011

t

that girl was holding the whole universe within.
she lived in the nearby for 20 years, right in the next door.
then a day she got tired of the silence on earth and thought about releasing;
showed the universe as it was through her eyes, wonderful and cruel, all those colors and songs;
she could be me or you, but noone will ever know how hard it was to become her.
even so, guess she thinks more about the things that lives beyond these concrete grey ways, all the same, proud about their names.

wherever there's life, there's someone living.
wherever there's life, there's a dead legion in hiding.
wherever there's life, there will be dead trying to annihilate light.

a light surrounds life.
all you have to do is live; if you live, light surrounds you.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

stand

“you can’t miss someone you don’t even know” - they say.
“isn’t an unknown; but could be wanting even more if i had met him in this life” - that’s what i’m trying to believe, in silence.

never had nothing to lose.
why has to be me the chosen for dream this wicked life?

quinta-feira, 28 de abril de 2011

see

trust yourself.
they will ever tell NO / WRONG
before leave you all alone.

trust what you see
in your dreams
within you.

do what YOU feel that is fair.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

domingo, 24 de abril de 2011

where you come from

cure comes from within,
Light has a twin called Pain. 

the apprentice is chosen by the master.

watch the cow now

terça-feira, 19 de abril de 2011

mysteria

my very own freak show.
(full of benders, as it should be)
can you tell me what is time, mysteria?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

won

é a playlist mais linda ever.
queria poder ficar em casa agora pra dormir ao som dela.
(e acordar com uma batida na porta)

domingo, 17 de abril de 2011

here's to you



colors over the grey
and under the moon;
peace to who brought back the colors of life.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

eu queria dizer que sempre te amei nos sonhos, estranho de além mar que desde sempre assombra minhas noites. nunca te conheci, possivelmente nunca irei, provavelmente você não existe.
e deus, ah deus! por que sempre o mesmo sonho, o mesmo esboço de um rosto estranho?
se dissesse, vc diria: tudo são as coincidências.
se soubesse, eu diria: nada foi por acaso.

sobre perder

"Perder visão é algo tão forte e marcante que é indescritivel o que sentimos quando abrimos os olhos e não enxergamos nada a nossa frente, é dificil se adaptar com novos padrões de visão e muito mais dificil aprender a ver a vida de outra forma e lidar com o preconceito e a 'sensação de pena' que as pessoas demonstram ao saber do nosso problema."

isso que está acontecendo é mentira.
não pode ser verdade.
isso é mentira.

olho nos olhos dos meus amigos querendo dizer que é mentira, que todo esse desespero que vejo nos olhos de todos nós é mentira.
deus, queria saber onde foram parar todas aquelas piadas que costumavam alegrar vocês que me alegravam.
quando você me disse naquele dia que não conseguia mais enxergar direito, eu disse que tu que era das raras pessoas que ainda viam não podia ficar cega. achei que era nada, que tu sairia daquele consultório com a resposta e que seria nada, coisa pouca saindo depois de choro e colírio.
tu saiu de tantos outros consultórios depois daquele. e choramos tanto mais do que achávamos que iríamos - mas a coisa não saiu.
(agora não conseguimos mais parar de chorar)
saíram os sonhos; a portaberta desesperança.
eu queria saber curar você.
eu queria saber mentir pra te contar uma história mentira inventada pra ser a mais bonita, uma inédita que nunca tenha sido lida nos outros ou nos sonhos.
eu queria saber cantar pra te abraçar cantando uma música triste no meio de tantas tristes, uma que fala sobre o sono manso dos sonhos dolorosos.
mas eu não sei. e só tenho esse urso abraçado.

"é só um urso." - ele disse, e trancou o urso no quarto escuro assombrado.
eu disse que o quarto era assombrado e ele disse que era mentira.
eu disse que era triste ali e precisava ir embora, ele disse pra ficar e acreditar na mentira que estava vivendo.
eu fui embora e ele disse pra outra que sentou no sofá na semana seguinte que fui embora porque acreditava
em coisas que não existiam; ela disse "tudo bem, eu acredito em você" e começaram a mentir.


isso desesperança nos olhos de todos é apenas coincidência, essa cegueira sumirá ao amanhecer.
eu acredito em você que saiu dos meus sonhos. mesmo se estiver cega no meio do todos, eu não vou deixar de acreditar.
não vou deixar todos aqueles sonhos; nós vamos sobreviver a outro inverno pra que você veja as flores da primavera naquele campo verde-infinito onde estivemos.
nós estaremos lá na primavera.

um sonho

"é só sonhar outra coisa."
eu estava dizendo que precisava ir embora porque sonhava desde sempre o mesmo sonho.
ele me olhava com aquela cara padrão, aquela predisposição pra fingir que entenderia qualquer coisa que eu dissesse.
"sonhe outra coisa, vamos tentar de novo."
"não posso. sonho a vida inteira com essas pessoas, preciso descobrir por que. não existem coincidências vazias, não estou aqui por acaso... preciso ir embora."
ele insistiu que eu ficasse, que poderíamos fazer diferente.
eu disse que não era ele. disse que havia sonhado a vida inteira com aquele guri, com aquele mesmo que ele também sabia qual era. que eu precisava dessas estações solitárias pra entender os por quês.
ele continuou me olhando com aquela cara.
(como poderia não saber o que é sonhar?)
fui embora e ele não entendeu. antes que começasse a pensar entender, arrumou outra distração pra ocupar meu lugar no sofá.

inverno

é só o inverno penetrando a alma até os ossos.
é ninguém lá fora - o mesmo vento.

não posso deitar outra noite nessa cama de sonhos mortos.
não posso acreditar que eles tenham morrido, que você que me fez voltar a ver esteja ficando cega.
estou lendo e não quero acreditar, quero gritar na janela que é tudo mentira
que vamos sobreviver pra ver outro filme no cinema.
essas linhas dóem. como você sabia?

queria nunca ter sonhado.
queria ter morrido eu no lugar dos sonhos.

terça-feira, 12 de abril de 2011

time what is time

look into my eyes
feel the fear just for a while
i'm a replicant and i love to live
is it all over now?
only these years?
i'll leave but i'm singing

time what is time
he saw it clearly it's too late
it does not heal but it lets us forget
time what is time
we'll never know
so don't take care
then time is time again

should i forget
the way i feel
god he knows how long i tried
feel there is no reason to cry
i live my life
in fortune dreams forever

Blind Guardian - Time What Is Time (trecho final)

let there be more

once there was sum
between darkness and light
long ago, before sun and moon
loose their bright;
after blood.

passing tragedies,
came a boy bringing the light;
first he gave me a bear - 
all that is left, now;
he left me.

i never left the bear.
he sleeps beside me every night,
but sleep is becoming harder,
my dreams turned to grey.

before the grey, i learnt love.
he left me for i could learn the world,
to learn love never goes away.
i'll never see him again.

the world is right there,
beyond the dreams
under this bed
i see you.

i see you
in my dreams,
since before music,
ere i could start living.

you'd never believe me
in this earth, but i should
thank you for being there
for the worlds you showed
coloring my weirdest dream.

love won't go away - 
it lasts forever far from here,
hidden beneath that ink.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

clean*

clean
the cleanest i've been
an end to the tears
and the in-between years
and the troubles i've seen
now that i'm clean
you know what i mean
i've broken my fall
put an end to it all
i've changed my routine
now i'm clean

i don't understand
what destiny's planned
i'm starting to grasp
what is in my own hands
i don't claim to know
where my holiness goes
i just know that i like
what is starting to show
sometimes
(*) DM

sexta-feira, 8 de abril de 2011

learning to leave

when does life starts?
when u discover that's just a test, wicked game
to see who's awake and who's paying attention.

"weren't you a rat,
mousy-haired girl?
then, life is a trap!"

why the fuck i'm trapped here
if it's nothing but this suffering?

them dead

eu tinha dito que começa com vida e ninguém leu

não é muito mais triste quando não se tem mais sentido?
não é muito mais amplo que um sentido estrito?

não leia.
demorou uma vida pra ser escrito.
e é uma vida que não tem sentido.

them tricksters

Atlas room

quando joguei Tomb Raider pela primeira vez, me deslumbrei ao  chegar a St. Francis Folly (e achei o máximo a animação em cg da introdução da fase).
era o cenário mais bonito pras fases mais fudidas.
lá tem um hall com 4 grandes portas; atrás de uma delas fica The Atlas Room.
quando encontramos o que procuramos, o mundo desaba.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Nemesis Voices*

DON'T YOU FEEL THE DIFFERENCE?
NEMESIS DELTA VOICES FLY
trough all overcoming
feelings
when they travelling
with the dream story admirer high

higher
and loud
louder
word blindness show
helpless hardcore souls
handle my so fucked up down

don't you

don't you feel the difference?
nemesis delta voices fly
trough all synchronic hypnotic
feelings
when they travelling
with the dream story admirer high

higher
and loud
louder
word blindness flow
helpless hardcore souls
waste my so fucking down

I will
I will force
I will force myself

I will force myself
to let this debility
behind my and my
searching confidence
again and again
to let this delusion
behind my and myself created faints
I will force myself
to let this debility
behind my and my
searching confidence
again and again
to let this delusion
behind my and myself created faints
in the high off ambition
killing fields
what is
what is

what is confidence?
trust me
what is confidence?
don't you
feel the difference?
sucks in us corps

trust me 



(*) Mariusz Duda

terça-feira, 5 de abril de 2011

just words

"how can they hear me say those words
still they don't believe me?
and if they don't believe me now
will they ever believe me?
and if they don't believe me now
will they ever, they ever, believe me?"

segunda-feira, 4 de abril de 2011

ok

i'm falling to pieces and thought that you could save me again, today.
like in that song about a guy who grabs his mask and tooks his cape and is there.

it doesn't matter if i stay all alone forever, but why do people keep coming here?
keep sucking and sucking and praying for trust - i cannot tolerate it all anymore.
i don't want them to come cause i don't know how to be cruel - you know, life is cruel; i'm just an animal.
you'll never know how the tiny little things that are nothing - "just music, dark & freak" - tiny little things that were just fucking coincidences pissed me off through these years, like if you were over there thinking the same.
and i'm dying now, i lost all my pieces.
i just thought that if i were a little bit closer to you, could be saved again.
i thought.

sábado, 2 de abril de 2011

under

i shouldn't cry.
it's just... nothing.
it's nothing. he's no.
under the water nobody can see me cry.
noone saw me die. here's to you: nothing to see.

quinta-feira, 31 de março de 2011

atom

não deveria reler o que escrevo - nunca.
são apenas linhas comprovando que devo estar enlouquecendo, que deveria ouvir menos música, que isso tudo é nada, que sei nada, que vejo nada,

SE isso tudo é nada,
por que essas coisas todas
estiveram sempre atormentando?

estou tão cansada.
o que tenho?
nada.

terça-feira, 8 de março de 2011

math

i'm just trying to read
the math in the world
thorough those words

domingo, 6 de março de 2011

Animal

Quando pego caneta e papel ou parede ou
qualquer lugar onde se possa imprimir um pensamento, me anulo. Para onde vou, não lembro; devo estar
onde minha vida já está escrita.
Levanto com o sol e começo a ler.
Ligo caixas de som - estou dançando
quando leio que não há música.
Escrevo a música para que os sinos da igreja se façam ouvir - e o som das caixas fica um pouco mais triste.
Fantasmas atravessam plásticos coloridos de pessoas dançantes ao som da música cega e Você me Vê.
você me vê e todos vêem e vem pra cima de mim
pegar os pedaços que caem e caio no chão dizendo
- you're all afraid!*
pegam os pedaços e vão embora dizendo
- Ella é um animal cheio de sangue!
limpem o plástico limpem o plástico
Senhor, quis ser sua filha e não me quis;
Senhor, por que não me fizeste em plástico?
Queria ser de plástico - não animal, sem saber como é quente o sangue quando se tem o gosto de um soco
na boca;
Queria ser de plástico - como meus bonecos mamãe me queria boneca. no dia em que eu disse que não era
boneca ela chutava minha cara e gritava
- Animal!
e depois disso pensei que ela pararia se não falasse mais nada. Continuou até que acreditasse que era um
animal; então veio o sangue e eu estava sangrando até a morte.
Num delírio de morte Vi que lá foralém do mar de gente havia outro animal, e fugi do matadouro porque acreditei que o encontraria.
me perdi no meio de Porto Alegre e vi que a gente aqui não tem sangue; me tranquei do mundo para escrever essa história que as músicas estão te contando.
Me achei no céu deste quarto infernal quando o caos do acaso me trouxe ao andar V; o que fiz ao chegar no céu foi rabiscar no azul uma mensagem para o Senhor que dizia
animal, i'm an animal
and we're all the same
ALL the same**
porque veja, Senhor, agora que eu sou eu tenho uma vaca e um tigre e esta camiseta de porco, veja Senhor que sou um animal
o Senhor não quis ser meu pai. agora que eu sou eu só peço que me mostre, Senhor, como é que se chega até aquele animal que conduz a boiada, o tal Master V Cowboy.

sábado, 5 de março de 2011

my tale

i'm telling a tale
nobody's reading
somebody's catching
my fall before
nobody's watching
me feel

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

sobre começar

o começo sempre parece o mais difícil de se alcançar -
mas é sempre onde estamos: no começo de algo.
tudo que você começou e não terminou,
aquilo que precisava terminar e continuou.
depois olha pra trás e vê: não era nada;
vê que poderia ter visto antes.
o que posso dizer? eu disse.
ninguém é obrigado a ouvir.
nem todos têm vontade de ser.
eu disse que posso ver você.
se você não quer ser lido, não escreva.
se não quer ser desafiado, não lute.
se não quer ser querido, não queira.

mas se quiser, é só começar.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

cavalo e velha

na noite verão
inferno Porto Alegre
velha sentou na sacadAvenida
e contou aos carros
uma história
que ninguém ouviu

achei tudo nessa vida
encontrei o que não pedi
achei o que não devia
e pensei se a cidade pararia
se gritasse aos que vão lá embaixo
“sei o que procuram!”

soubessem o que procuram - e parariam?
soubessem o que acham - continuariam?

a língua se criou pra que fantasmas nos falem
sirenes são alívio a quem está morrendo
e se há vida aqui dentro
por que ajuda é de fora?

gritaria para a cidade que tem alguém me vendo
que tem alguém vindo me ver
que tem alguém vindo me ver
mas não tenho voz nem ninguém
e seria só mais um na cidade gritando

senhor, deixe meus cavalos!
eu comprei sapatos amarelos
porque sonhei com cavalos que corriam na caixa
e os sapatos vão me levar embora daqui,
então deixe meus cavalos
minha vida que começa com

moço estes são meus cavalos
você nem os quis
só quer porque quer
porque você nem quis saber
mas veja bem: não sou a pessoa certa
e preciso dos cavalos,
você não

posso não ter tido a vida leve
nem por isso me joguei
e tenho cavalos mais honestos que o senhor
veja
que tudo não é apenas coincidência
pois já estive aqui antes;
o senhor não é a pessoa certa
veja
com que letra começa a palavra
vida começa com a letra da palavra
começa com vi
veja aqui,
vida aqui: veja!

eu só vim na sacada
já estava tudo assim
mas ninguém ouviu,
e a velha ria
eles continuavam
ela gritava
ninguém ouvia
e ninguém via
e como iam!
a velha ria:
aonde poderiam ir sem ver nem ouvir?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

the blues (onde você não está)

num pedaço de mundo pintado de céu
subi na cama e avistei o inferno lá fora.
cada linha trouxe-me para dentro;
dentro de cada um há vida - mas
todos ficaram trancados para fora;
fora de mim há Alguém e o mundo
que - ninguém sabe - é vermelho demais para se ver.

seu coração está onde você vê
ou onde você não está?
- está aqui dentro, longe de você - ele disse.

essas coisas todas que estão aqui fora - que estão aqui - é como se não tivessem saído de
dentro de mim
ali fora - existe alguém que saiba ler aqui dentro?
- dentro de você está o que queria perto.
olho para fora e lembro o que guardo dentro.
o que está longe é mais perto que o que está ali fora.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

V - the new mythology suite

over that hill, my heart
is frozen still

refúgio para as almas é o inferno sob este céu azul, nesse sol que ofusca os cabelos de quem não brilha aloirado.
desde que não tenho mais ignorado as vozes de dentro, temo não conseguir - nunca mais - me interessar pelo que
é de fora. fora é a consciência da desnecessariedade.
aqui fora, sob este céu tão puro, com as árvores e as britinhas brancas sob a janela, a gente merece ser feliz.
eu, com estas palavras delirantes que tomam minha vida, sou desnecessária
(neste inferno de sorrisos bonitos)
eu me abracei de tal forma à consciência dessa solidão, à fome, à miséria, à exaustão física, à insônia, me agarrei aos piores aspectos que me fizeram mulher forte, abracei pra machucar, até que me restassem apenas
estas linhas e o céu azul refletido no esmalte de minhas unhas.
assim eu estava, prensada contra a grama pelo peso do céu, vagando sem o coração para pesar
(para saber por trás do que é bonito, entreguei-o à personificação da humaneidade: um sociopata de frios olhos negros;
“agora que você sabe o que há por trás, vá” - foi o que ele me disse)
quis me livrar de todo o peso para chegar ao céu através da grama.
quis chegar ao significado das palavras mágicas, à pureza da chuva no barro, à leveza de um gato arisco.
escolhi para sempre o destino dos malditos que querem ser o que quer que sejam.
só não contava com você.
com v. aparecendo do nada, um estranho ostentando o símbolo que adotei para minha incompreendida solidão de alma. quando comprei aquele pôster de letras vermelho-sangue numa liquidação, todos acharam
tão bonitinho engraçado “veja só ela”;
tão fortemente me agarrei ao que esse quadro simbolizava que fugi de casa agarrada nele enquanto ninguém
me via.

então você apareceu, carregando à sua frente o símbolo secreto do meu exílio deste mundo.
e o que v. dizia era Pantera.
Pantera, meu único consolo após longos dias de trabalho que emendavam noites bêbadas.
todas as noites ouvia Pantera, bêbada quase ao ponto de entender as palavras que eram cantadas; bebi até conseguir digeri-las.
depois disso, passei a temer o que você pudesse significar, temi que pudesse significar O que me faria esquecer destas linhas que não quero esquecer e que me mantêm viva.
por temer que v. pudesse
abracei o improvável e o cruel,
para provar a mim mesma que não há nada além desta solidão, para entender que não é dos outros que virá a sugestão de alguém para significar.
joguei-me nisso com tudo que sou
para provar que há ninguém por trás de quem quer fugir da solidão, para crer de uma vez por todas que meu coração jaz estilhaçado sob a indiferença humana.
para tentar esquecer que v. poderia significar.

voltei aqui julgando-me salva, indiferente às apelações humanas, a alma toda nessa música que está tocando.
mas você continuou significando.
v. sabe o significado dos jogos, da música e do sombrio, como se entendesse o que é fugir para o leste.
você já significa, independente da minha vontade; não estou mais sozinha, e surpreendi-me desejando não estar. depois que entendi o que v. significa, senti a força que estas linhas podem ter, e descobri que elas não desaparecerão se você chegar mais perto. e que para alguém mais, estas linhas podem significar.

this is

e v. é o que há nos sonhos,
tudo e nada no abrir de olhos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

the grudge

de costas para a porta
a janela para o todo
esperando por ninguém

o céu é mais azul quando não se tem para onde ir;
só amam música os que sabem que ninguém virá.

por toda a eternidade, céu azul lá fora

e você foi embora
e os gatos morrendo, um a um
e você nunca veio.

uma eternidade disso pesou sobre o dia;
como será
onde estará
- lá fora -
meu dia azul?

o dia azul reflete pessoas
falando pessoas pensando
pessoas falando pensando
falando pensando sendo
nada
falando pessoas nadando
sobre o porvir
sobre o que falarão quando forem
Algo que sempre pensaram - um dia - em ser

e essas linhas
essas cinzas
de silêncio
- palavras que ninguém lerá -
essas linhas
e essa música
- a dor que ninguém ouvirá -
então por que existem, essas coisas?

podendo escolher, trocaria todas essas linhas e cinzas por
Alguém que fosse capaz de alcançar - além da porta - aqui.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

the hollow

não tenho mais gatos.
não tenho para onde voltar.
não tenho comida em casa, nem dinheiro.
não tenho nome.

strange things have happened, i know; mas sei também que ninguém está vindo e que esperar ao lado da porta nada muda;
dali ninguém virá.
i'm all alone, dear loneliness.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

the great cold distance

naquele lugar há vazio.
no invés de todas outras coisas que lá existiam, uma fria e imensa linha dista-me de todos sem levar a lugaralgum.
no escuro, esqueci o caminho de volta; a indiferença enregelou tudo que fui.
vim para encontrar o lugar onde as pessoas geladas se tocam.
estou aqui desde sempre; ao longe avisto ninguém.
ninguém alcança o vazio.

domingo, 9 de janeiro de 2011

i'm so tired

and just can't wait around for you