terça-feira, 25 de janeiro de 2011

the grudge

de costas para a porta
a janela para o todo
esperando por ninguém

o céu é mais azul quando não se tem para onde ir;
só amam música os que sabem que ninguém virá.

por toda a eternidade, céu azul lá fora

e você foi embora
e os gatos morrendo, um a um
e você nunca veio.

uma eternidade disso pesou sobre o dia;
como será
onde estará
- lá fora -
meu dia azul?

o dia azul reflete pessoas
falando pessoas pensando
pessoas falando pensando
falando pensando sendo
nada
falando pessoas nadando
sobre o porvir
sobre o que falarão quando forem
Algo que sempre pensaram - um dia - em ser

e essas linhas
essas cinzas
de silêncio
- palavras que ninguém lerá -
essas linhas
e essa música
- a dor que ninguém ouvirá -
então por que existem, essas coisas?

podendo escolher, trocaria todas essas linhas e cinzas por
Alguém que fosse capaz de alcançar - além da porta - aqui.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

the hollow

não tenho mais gatos.
não tenho para onde voltar.
não tenho comida em casa, nem dinheiro.
não tenho nome.

strange things have happened, i know; mas sei também que ninguém está vindo e que esperar ao lado da porta nada muda;
dali ninguém virá.
i'm all alone, dear loneliness.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

the great cold distance

naquele lugar há vazio.
no invés de todas outras coisas que lá existiam, uma fria e imensa linha dista-me de todos sem levar a lugaralgum.
no escuro, esqueci o caminho de volta; a indiferença enregelou tudo que fui.
vim para encontrar o lugar onde as pessoas geladas se tocam.
estou aqui desde sempre; ao longe avisto ninguém.
ninguém alcança o vazio.

domingo, 9 de janeiro de 2011

i'm so tired

and just can't wait around for you