segunda-feira, 29 de novembro de 2010

#2

Pouca importância deu às palavras da feiticeira a senhora cristã. Julgava estar corrigindo o mal que Satã havia lhe feito por intermédio de uma pobre alma-objeto. Encomendou o serviço à feiticeira e, feito isso, sentiu sua consciência leve e lavada como sempre se deve estar. Poucos dias depois, sua filha Márcia conheceu um jovem estudante de administração e seus olhos voltaram a brilhar.
- Mamãe, precisa ver só como ele é eloquente! Pode ficar falando horas e horas sobre qualquer coisa, ele é fantástico!
Sua filha Márcia estava feliz. Justiça feita, a senhora cristã voltou à sua vida de bondades e esqueceu o incidente ocorrido com seu ex-futuro-genro e aquela outra moça grávida.

Paola tinha pouco mais de dois anos quando seus pais morreram num acidente de carro. Não tinha parentes próximos; foi adotada pelo único familiar que sabia sobre sua existência: a tia-avó de sua mãe, Constance.
A casa de Constance era a mais bonita de todas naquele bairro colorido onde fora construída.