sábado, 21 de março de 2009

just in case

O problema é que eu imagino todas as conversas, as mais magníficas e sagazes falas para os meus personagens. Momentos-chave e de grande complexidade, onde tudo faz sentido e revigora a trama.
Mas a trama não existe, apenas esses momentos. A trama se forma instantaneamente em minha cabeça, os personagens e suas motivações - mas duram apenas o tempo desses momentos. Quando começo efetivamente a compor e transcrever a trama, sou tomada por uma sensação de desnecessariedade: a trama já está formada em minha cabeça, por que descrever cada detalhe novamente? - e é por isso que todas as conversas magníficas e sagazes nunca acontecem. Apenas eu mesma fico sabendo, tudo trancafiado dentro de mim: sempre fui uma péssima contadora de histórias.