de costas para a porta
a janela para o todo
esperando por ninguém
o céu é mais azul quando não se tem para onde ir;
só amam música os que sabem que ninguém virá.
por toda a eternidade, céu azul lá fora
e você foi embora
e os gatos morrendo, um a um
e você nunca veio.
uma eternidade disso pesou sobre o dia;
como será
onde estará
- lá fora -
meu dia azul?
o dia azul reflete pessoas
falando pessoas pensando
pessoas falando pensando
falando pensando sendo
nada
falando pessoas nadando
sobre o porvir
sobre o que falarão quando forem
Algo que sempre pensaram - um dia - em ser
e essas linhas
essas cinzas
de silêncio
- palavras que ninguém lerá -
essas linhas
e essa música
- a dor que ninguém ouvirá -
então por que existem, essas coisas?
podendo escolher, trocaria todas essas linhas e cinzas por
Alguém que fosse capaz de alcançar - além da porta - aqui.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
the hollow
não tenho mais gatos.
não tenho para onde voltar.
não tenho comida em casa, nem dinheiro.
não tenho nome.
strange things have happened, i know; mas sei também que ninguém está vindo e que esperar ao lado da porta nada muda;
dali ninguém virá.
i'm all alone, dear loneliness.
não tenho para onde voltar.
não tenho comida em casa, nem dinheiro.
não tenho nome.
strange things have happened, i know; mas sei também que ninguém está vindo e que esperar ao lado da porta nada muda;
dali ninguém virá.
i'm all alone, dear loneliness.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
the great cold distance
naquele lugar há vazio.
no invés de todas outras coisas que lá existiam, uma fria e imensa linha dista-me de todos sem levar a lugaralgum.
no escuro, esqueci o caminho de volta; a indiferença enregelou tudo que fui.
vim para encontrar o lugar onde as pessoas geladas se tocam.
estou aqui desde sempre; ao longe avisto ninguém.
ninguém alcança o vazio.
no invés de todas outras coisas que lá existiam, uma fria e imensa linha dista-me de todos sem levar a lugaralgum.
no escuro, esqueci o caminho de volta; a indiferença enregelou tudo que fui.
vim para encontrar o lugar onde as pessoas geladas se tocam.
estou aqui desde sempre; ao longe avisto ninguém.
ninguém alcança o vazio.